Pense o seguinte: em nossas vidas, dificilmente deixamos de seguir um modelo padronizado, quaisquer que sejam as ações realizadas. Muitas vezes, nem ao menos nos damos por conta do sistema organizado que nos cerca. Podemos encontrar padronização desde nossa moradia, a forma como organizamos nossos pertences, nossas vidas, horários e muito mais. Até mesmo nosso corpo segue um modelo organizado para se manter funcional.
Embora muitos usuários acabem por não perceber, o computador exige um sistema de padronização semelhante ao que vivenciamos em nosso cotidiano. Algumas atitudes já são pré-estabelecidas pela estrutura computacional; outras necessitam dos nossos cuidados.
Todo o sistema de arquivos segue um princípio hierárquico, baseando-se em drives, pastas (ou diretórios) e arquivos. Para compreender qual é o papel de cada um no mundo digital, basta compará-los à nossa forma de viver.
Drives – A estrutura base
Obviamente, acredito que o leitor possua uma moradia, seja fixa ou não. Pois bem, perceba que, não importa a forma que vivemos, sempre haverá uma estrutura externa responsável por nos abrigar. Pode ser uma casa, um edifício, um condomínio, ou até mesmo uma barraca.
Um drive consiste em uma estrutura base no meio computacional. Geralmente é apresentada em um meio físico, tal como um disquete, pendrive, cd-rom ou um disco rígido. A estrutura pode ser única (o drive ocuparia todo o meio físico), ou ainda estar dividida, assim como um edifício que possua mais de um andar (na informática, chamamos essa situação de particionamento).
Acredito que você deve imaginar o porquê de dividirmos uma estrutura. Um edifício muito grande, por exemplo, deixaria de oferecer a mesma funcionalidade se não fosse dividido em vários andares (a menos que seja utilizado como garagem para um boing!). O particionamento existe justamente para aproveitarmos o espaço disponível da melhor maneira possível. E é por isso que os discos rígidos mais modernos geralmente são divididos em mais de um único drive: novas unidades de armazenamento surgem no mercado com capacidades gradativamente maiores, e em ritmo acelerado.
Além do melhor aproveitamento de espaço, existe outro fator importante, relacionado ao particionamento de drives: o diagnóstico e reparo de uma partição, em eventuais falhas do sistema. Comparando com a vida real, imagine que é muito mais fácil encontrar e isolar um problema em um edifício (tal como em encanamentos ou na rede elétrica) quando o mesmo encontra-se dividido em andares, apartamentos, etc. No computador, é muito mais prático analisar uma partição menor em busca de inconsistências.

Analogia à estrutura de um edifício e seus andares
Pastas – As divisões internas de uma estrutura
Além da estrutura externa, ainda é necessário adaptarmos internamente o espaço, visando melhor organização e otimização do local. Pegando como exemplo o edifício mencionado anteriormente, ainda seria necessário que os andares (comparados a partições de um meio físico) fossem divididos em apartamentos. Esses seriam considerados pastas, numa visão computacional.
Como se não bastasse, ainda visando melhor aproveitamento e organização do espaço, são requisitadas subdivisões dentro de cada apartamento (quartos, cozinha, sala, banheiro). Neste caso, seguindo o conceito tecnológico, chamamos os cômodos de subpastas, e com isso podemos entender que uma pasta pode abrigar outras.
Até mesmo um armário dentro de um quarto possui divisões, tais como gavetas, por exemplo. Neste caso, pode-se ainda considerar que as gavetas são subdivisões do quarto, o qual também é uma estrutura interna do apartamento.

Apartamentos encontrados em um andar
Arquivos – Os dados que geram funcionalidade
Conforme podemos perceber até então, os drives e as pastas servem apenas para organizar uma estrutura. Mas o que tornará o sistema de arquivos funcional serão os arquivos, os quais estarão abrigados dentro de locais específicos. Alguns deverão estar sempre no mesmo local (arquivos que são organizados pelo próprio sistema operacional), enquanto que outros consistem em dados que seguem o livre arbítrio do usuário (arquivos de texto, planilhas, imagens, instalações personalizadas de programas, etc.).
Seguindo a fácil abordagem até então apresentada, os arquivos poderiam ser comparados a determinadas mobílias e objetos decorativos, documentos pessoais, utensílios domésticos, etc. Muitos exigem um local específico dentro da estrutura (ex.: um chuveiro), e, obviamente, outros não (ex.: uma camiseta). Isso também ocorre no computador, em que determinados arquivos devem constar em pastas específicas (configurações do sistema operacional seria um bom exemplo), e outros podem ser submetidos às decisões do utilizador (arquivos pessoais, programas, entre outros).

Comparativo apresentando um quarto com móveis e utensílios
No próximo artigo dessa série, falarei sobre organização dos arquivos pelo usuário, interação entre diferentes estruturas e nomenclaturas utilizadas na disposição de dados.
Autor: Roberto Tadeu Fauri
Fonte: Dinx
Link: http://www.dinx.com.br/2009/09/sistema-de-arquivos-em-ambientes-computacionais-parte-1-drives-pastas-e-arquivos/
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