sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Sistema de arquivos em ambientes computacionais – Parte 2: Hierarquia, organização e endereçamento

Conforme visto no artigo anterior, a estrutura e organização de dados em um sistema operacional assemelham-se muito a situações encontradas nas nossas vidas. No computador encontramos basicamente uma transposição de tudo aquilo que é vivenciado pelos seres humanos, resultando em um ambiente tecnológico mais plausível a usuários.

Sistema hierárquico

Na última publicação, foram abordadas, de forma consistente, 3 estruturas básicas encontradas em qualquer sistema de arquivos: Os drives, as pastas (ou diretórios) e arquivos.

A forma como essas estruturas se portam seguem um modelo hierárquico, o que viabiliza de forma única a organização, bem como a fácil localização e manipulação dentro do ambiente. Os drives e pastas seguem regras simples, porém únicas:

  • Drives podem conter pastas e/ou arquivos;
  • Pastas podem conter outras pastas (subpastas) e arquivos;

Os arquivos, embora não influenciem diretamente no sistema hierárquico, podem ser considerados como a forma estrutural mais importante no ambiente. As demais estruturas existem justamente para abrigá-los, organizando-os e auxiliando-os no propósito de tornarem-se funcionais.

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As regras básicas de funcionamento em um sistema de arquivos
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Visualização gráfica de um sistema hierárquico

Organização

Apesar de estar disponível ao usuário o total controle para distribuir como bem entender diversos arquivos em seu computador, é interessante salientar que, em uma estrutura informatizada, os mesmos padrões que seguimos em nosso cotidiano devem ser aplicados. É comum encontrarmos arquivos que nós mesmos muitas vezes salvamos em qualquer local (como no Desktop, em Meus Documentos, ou diretamente na raiz do sistema).

Pense o seguinte: Dificilmente você irá chegar a sua residência e simplesmente jogar tudo o que trouxe consigo no chão. Embora conheça algumas pessoas que agem assim (!), dificilmente chegaríamos com uma pasta contendo documentos importantes e deixaríamos pela sala, juntamente com aquele sapato apertado que utilizamos durante todo dia, seguido pelas meias.

Da mesma forma que possuímos o mínimo de controle organizacional em nossas vidas, devemos também transportar essa prática para o ambiente digital: Crie pastas e subpastas específicas, organizadas por temas, datas ou outras especificações importantes que sejam válidas. Ao final disso, tenha a certeza de que estará fazendo um bem não somente à organização interna do seu computador, mas a você mesmo.

Na maioria dos casos, é possível encontrar nos sistemas operacionais um ambiente pré-organizado a usuários finais. O próprio desktop, padrão em ambientes gráficos nos dias atuais, é um exemplo disso (sua área de trabalho é o ponto de partida). As pastas específicas para cada usuário (Meus Documentos no Windows XP, por exemplo) também oferecem uma ramificação que visa auxiliar a organização: são encontrados diretórios já criados para abrigar imagens, músicas, vídeos, downloads, etc., não importando o sistema operacional (Windows, Linux, entre outros).

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Organização pré-definida no Windows Vista

Endereçamento

Supondo que você esteja em um compromisso importante, e subitamente lembra-se de um documento que esqueceu na sala de estar em sua residência, o qual será de suma importância às suas tarefas atuais. Não tendo como sair para buscá-lo, empresta a chave do apartamento a um colega de trabalho, indicando ao mesmo onde é sua residência. Como se não bastasse, ainda deverá descrever aonde ele encontrará o importante documento dentro de sua moradia.

Pois bem, se analisarmos a lógica que há por trás dos acontecimentos, iremos perceber que uma rota específica deverá ser traçada, afim de que o colega de trabalho tenha êxito em encontrar o documento na sua sala de estar. Se você residisse no apartamento 302, no 3º andar do edifício “ABC”, localizado no bairro “XYZ”, a localização exata do documento requisitado iria seguir um caminho semelhante a esse:

Bairro XYZ -> Edifício ABC -> 3º andar -> Apto. 302 -> Sala de Estar -> Documento

Lembrando do sistema hierárquico explicado anteriormente, é perceptível sua presença na disposição dos dados acima: uma estrutura abriga outra.

O que pretendo salientar é o fato de que toda a estrutura hierárquica agrega consigo uma eficiente e específica forma de endereçamento. Na informática, embora a localização de pastas e arquivos seja sempre um desafio para muitos usuários, o modelo disposto no exemplo anterior facilita a compreensão do conceito.

Seguindo a mesma forma disposta, mas em termos computacionais, vamos supor que seja necessário utilizar o endereço de um arquivo denominado “trabalho.txt”. Ele se encontra na subpasta “Empresa”, localizada dentro da pasta “Documentos”. Esta, por sua vez, está na 2ª partição do disco rígido. De forma genérica, o caminho seria esse:

Disco rígido -> 2ª Partição -> Documentos -> Empresa -> trabalho.txt

Transcrevendo esse caminho para endereços tradicionais, resultaria em:

Windows

D:\Documentos\Empresa\trabalho.txt (”D:” é a 2ª partição do disco rígido)

Linux (Ubuntu)

/dev/sda2/Documentos/Empresa/trabalho.txt (”sda2″ é a 2ª partição do disco rígido)

Com isso, encerro essa série de artigos, destinadas exclusivamente a um melhor entendimento da estrutura e organização de arquivos em um sistema operacional. Como sempre, utilizei analogias à vida real, visando justamente desmistificar as peculiaridades da informática com conceitos já conhecidos pelos usuários fora do ambiente computacional.

Quaisquer dúvidas, críticas ou sugestões, não deixem de comentar.



Autor: Roberto Tadeu Fauri
Fonte: Dinx
Link: http://www.dinx.com.br/2009/09/sistema-de-arquivos-em-ambientes-computacionais-parte-1-drives-pastas-e-arquivos/

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