segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Comprando um novo computador – Parte 3: softwares pré-instalados !!!

Após avaliar os principais modelos de computadores disponíveis para venda atualmente (Comprando um novo computador – Parte 1: desktops, notebooks e netbooks), além de abordar as diferentes configurações de hardware que são oferecidas nos equipamentos encontrados (Comprando um novo computador – Parte 2: Configurações de hardware), falarei hoje sobre os sistemas operacionais e softwares que são pré-instalados por fabricantes e/ou vendedores. Trata-se de um assunto delicado e minucioso, pois envolve diversas peculiaridades que, em grande parte dos casos, são totalmente desconhecidas por usuários finais.

A idéia principal deste terceiro e último artigo da série é de justamente desmistificar o máximo possível tudo que diz respeito aos softwares encontrados por padrão em computadores, abordando inclusive assuntos cercados de termos incompreensíveis e tabus impostos à população em geral.

O modelo OEM de distribuição

Atualmente são encontrados no mercado computadores com os mais diferentes softwares, cada qual apresentando um determinado custo e características compatíveis com as licenças em que se enquadram. Softwares licenciados e pré-instalados em equipamentos geralmente são distribuídos dentro de uma modalidade denominada OEM (Original Equipment Manufacturer, ou literalmente traduzido, “equipamento original do fabricante). Longe de ser uma “sobra de fábrica”, como alguns pensam, produtos comercializados dessa forma tem seus custos reduzidos ao não trazerem consigo adicionais como a embalagem do produto, alguns manuais, entre outros detalhes. Resumindo, um software disponibilizado dessa forma oferece um valor menor por justamente reduzir os gastos com detalhes desnecessários ao usuário, além do fato que os fabricantes de computadores adquirem os produtos em grande quantidade.

A principal limitação de licenças disponibilizadas sobre esse formato consiste no fato de que um software OEM somente poderá ser adquirido juntamente com um computador novo, ou ainda com um hardware que não seja considerado um periférico (por exemplo, um software OEM poderá ser adquirido com um disco rígido novo, mas não com uma placa de rede).

Sistemas operacionais

De nada adiantaria ter em mãos uma excelente máquina, com componentes top de linha e arquitetura robusta, se não houvesse um software principal que gerenciasse todo o sistema, servindo como mediador principal entre o equipamento e o usuário. Um sistema operacional é imprescindível para a utilização de um computador, trazendo as funcionalidades necessárias e requisitadas pelas pessoas que o utilizam (leia mais no artigo Windows, Linux… Entenda o que é um sistema operacional).

Os principais sistemas operacionais encontrados atualmente inclusos em equipamentos são os seguintes:

Windows XP – Trata-se do mais famoso e bem-sucedido sistema operacional da Microsoft, empresa que detém mais de 90% do mercado destinado a ambientes computacionais para usuários domésticos. Podemos considerar que o XP atualmente é um sistema operacional desatualizado e obsoleto, visto que há outros dois que o sucederam (Vista e Seven). Apesar disso, esse ambiente ainda é excelente para aproveitar um hardware mais humilde, geralmente consistindo em computadores com pouca memória RAM e um processador com desempenho razoável.

É comum encontrarmos vendedores que disponibilizam aos seus clientes computadores robustos, com processadores de dois o mais núcleos e arquitetura de 64 bits, mas juntamente com o conjunto oferecem o Windows XP em versão de 32 bits. Apesar de não ser uma prática condenável (pelo fato de que muitos usuários apresentam menor aversão e maior domínio desse sistema operacional), trata-se de um desperdício de recursos disponíveis. Embora exista uma versão 64 bits do Windows XP, ainda assim acredito que não seja mais recomendável sua utilização, principalmente por não conhecer hardwares mais modernos e saber como utilizá-los da melhor maneira possível (como acontece com os sistemas que vieram após o mesmo).

Windows XP

Windows XP

Windows Vista – É considerado atualmente a “ovelha negra” da Microsoft. Taxado de pesado, incômodo e dispendioso, o Windows Vista não chegou nem perto dos objetivos almejados pela gigante de Bill Gates. Apesar de todas as críticas que envolvem o ambiente, particularmente considero o sistema um produto bom, que sabe aproveitar com maestria o hardware mais moderno. Em contrapartida à crença popular, em computadores robustos, o Windows Vista se mostra mais estável e veloz que seu antecessor, o XP.

Acredito veemente que grande parte do seu fracasso se deve ao fato que muitos fabricantes resolveram disponibilizar o Windows Vista com hardwares modestos, sem muito poder de processamento e pouca memória RAM. Vale lembrar que, quando um determinado software apresenta em sua embalagem os denominados “requisitos mínimos”, não quer dizer que o mesmo será executado de forma satisfatória: apenas poderá ser utilizado, nada mais que isso. Infelizmente, grande parte dos computadores encontrados no mercado com o Vista pré-instalado, visando principalmente redução de custos, ainda apresentam um hardware limitado, fazendo com que o sistema operacional em questão se torne, no máximo, utilizável.

Windows Vista

Windows Vista

Windows 7 (Seven) – Aclamado e elogiado pela crítica, o novo sistema operacional da Microsoft pode ser considerado uma evolução do Vista. Sabe aproveitar os recursos disponíveis de forma ainda mais concisa, e gerencia com maestria os processos que são executados simultaneamente no equipamento, característica que o faz mais leve que seu antecessor. Na compra de um novo equipamento, se o mesmo possui um hardware moderno e robusto, esse sistema operacional é a escolha ideal para aqueles que desejam ter em suas máquinas uma plataforma Windows.

Windows 7

Windows 7

Linux – Das opções abordadas até agora, esse sistema operacional é o único que não apresenta qualquer custo ao usuário final. O Linux é um ambiente totalmente gratuito e open source (veja Diferencie as licenças de softwares existentes), o qual oferece atualizações constantes e recursos plenamente compatíveis com praticamente todo hardware encontrado.

Infelizmente, muitos fabricantes distribuem o Linux em seus equipamentos visando única e exclusivamente a redução de custos para o usuário final. Com isso, é comum encontrarmos no mercado computadores contendo um Linux precário, o qual muitas vezes acaba sendo oferecido sem suporte e até mesmo com escassez de recursos e compatibilidade. Tal fato acaba se materializando em uma péssima experiência do usuário, que não pensa duas vezes ao trocar o pingüim por uma versão pirata do Windows.

Os fatos apresentados, em minha opinião, ocorrem principalmente porque a empresa distribuidora apenas visa a redução do valor de seus equipamentos. Não possuem o menor interesse em dar suporte ao usuário final, no que diz respeito ao sistema operacional. É uma pena, pois existem muitas opções robustas e extremamente amigáveis de ambientes Linux, alternativas que tornariam a experiência do utilizador muito mais apreciável.

Para aqueles que adquirirem um computador com Linux, antes de pensar em trocá-lo por uma versão pirata de algum Windows, sugiro que dêem uma chance ao sistema e a si mesmos. Apesar de apresentar uma arquitetura diferente (não podendo executar programas nativos para Windows sem um software adequado, tal como o Wine), vídeos, músicas e imagens são plenamente acessíveis, sem quaisquer transtornos. Além disso, o Linux é muito seguro e estável, sendo uma opção perfeita para aqueles que desejam navegar na internet sem correr o risco de contaminar seu computador com vírus e spywares.

Se o Linux que veio juntamente com o computador não lhe agrade, recomendo que experimente o Ubuntu, ou ainda uma versão nacional derivada do mesmo, o Big Linux. Garanto que tais distribuições vão lhe surpreender pela simplicidade, facilidade de instalação e configuração, além da usabilidade extremamente prática e amigável.

Big Linux

Big Linux

Considerações finais sobre softwares pré-instalados

  • Fuja de versões de sistemas operacionais “Windows Starter”. Apesar de tais modelos apresentarem um custo final inferior, esses ambientes denotam diversas limitações, tais como: aberturas de, no máximo, 3 programas simultâneos, restrições no acesso a redes, uso limitado de memória RAM, etc. Aconselho que desembolse um pouco mais e adquira um computador que traga pré-instalado ao menos um sistema operacional que não ofereça tantos obstáculos.
  • Se o computador possui diversos softwares pré-instalados (tais como Windows, Office, Nero, CorelDRAW, Photoshop, PowerDVD, etc.), e seu valor se apresente baixo mesmo assim, tenha a certeza de que você está adquirindo um equipamento recheado de softwares piratas. Tal prática é comum principalmente em cidades do interior, onde a fiscalização é praticamente inexistente. O maior problema é que o usuário geralmente não está ciente disso, muito menos conhece as leis e restrições que envolvem o licenciamento de softwares. Para se ter uma idéia, um computador que custe algo em torno de R$2.000,00, com os softwares apresentados acima estando inclusos legalmente, não sairia por menos de R$5.000,00.

Espero que a série apresentada no decorrer desses dias tenho sido útil para as pessoas que desejam adquirir um novo computador, sem que com isso esbarrem em dúvidas corriqueiras, comumente encontradas em meio a tantos termos técnicos e variações de equipamentos. Apesar de ser possível estender ainda mais tal assunto, acredito que o principal foi esclarecido e desmistificado, sem ter que apelar para uma visão mais técnica do tema abordado.

Fonte: Dinx

Link: http://www.dinx.com.br/2009/11/comprando-um-novo-computador-parte-3-softwares-pre-instalados/

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